domingo, 22 de marzo de 2015

Águas de março

  Este mes de marzo hemos despedido la primavera pasados por agua (con las Fallas mojadas) y me ha venido a la memoria una de mis canciones favoritas: Águas de março, de Tom Jobim. Claro que estas “águas” del Brasil, al revés que aquí, allí son el final del verano del hemisferio sur (su gota fría otoñal), porque este nuestro planeta Tierra se empeña en seguir dando vueltas inclinada 23º, tal como se aprecia aquí. 
  
  Meteorología aparte, es música dulce como caipirinha y con una letra llena de imágenes poéticas que sugieren un clima (clima emocional) muy especial. Dos artistas brasileiros de pura cepa: Tom Jobim, que ya vimos en la primera entrada del blog (Chica de Ipanema) y Elis Regina, la interpretan en el primer vídeo de esta entrada..

 
 Elis Regina Carvalho Costa, conocida popularmente como Elis Regina (Porto Alegre, 1945 - Sao Paulo, 1982) está considerada como una de las mayores representantes del género musical conocido como MPB (música popular brasileña).
  No vamos a comentar aquí su intensa y corta vida ni su polémica muerte. Vamos a verla disfrutar interpretando “Águas de março” con Tom Jobin; de forma divertida y relajada, de hecho a mitad de canción se enciende un cigarrillo (en el 74 no tan demonizado como ahora).





Otra versión, bien distinta, con Elis al piano:




  ¿Qué versión te gusta más?
  A mí, depende del momento. Como tantas cosas.


  La letra original es la que sigue y la traducción  puede leerse en el primer vídeo.

Águas de março

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho

É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração


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